Pesquisa aponta riscos de contaminação das águas subterrâneas do Campeche

12/02/2020 01:42

Risco à contaminação do SAC para o ano de 2018.

O estudo Avaliação da vulnerabilidade natural e risco à contaminação do Sistema Aquífero Campeche, Ilha de Santa Catarina – SC, Brasil, desenvolvido pela geóloga Fernanda Brum Rubim, buscou, através de análises hidrogeológicas aliadas ao geoprocessamento, avaliar o quão vulnerável é e o risco à contaminação das águas subterrâneas do Sistema Aquífero Campeche (SAC), manancial hídrico utilizado no abastecimento público de Florianópolis.

Os resultados revelam que o uso da terra urbano aumentou consideravelmente entre 2002 (último estudo) à 2018, assim como as principais fontes de contaminação pontuais. Essas mudanças impulsionam a ocorrência de fenômenos que comprometem a qualidade e quantidade das águas, tais como, a promoção da impermeabilização dos solos e a consequente diminuição das recargas naturais, o aumento da produção de dejetos, a demanda de consumo de água (maior bombeamento dos poços) e de fontes de contaminação pontuais. Aliado a isso, o uso de dispositivos de saneamento inadequados para as características do aquífero colocam em risco a qualidade das águas do SAC.

O estudo sugere algumas práticas e dispositivos de gestão de águas, como a adoção de sistemas de tratamento ecológico de efluentes, tais como tanques de evapotranspiração, círculo de bananeiras e wetlands, também, a implementação de áreas verdes públicas com espaços livres vegetados que favoreçam à recarga dos mananciais subterrâneos e evitem a crescente impermeabilização dos solos.
Espera-se que esse produto possibilite novas reflexões a respeito da gestão do SAC, bem como o desenvolvimento de mais pesquisas que auxiliem gestores públicos na tomada de decisão.
Texto: Fernanda Rubim
Revisão: Arthur Nanni
Tags: Risco à contaminaçãoVulnerabilidade