Lançados mapas para a gestão do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral em SC
Como resultado consolidado do Componente 1 e sua Meta 1 (M1C1), o Projeto Rede Guarani/Serra Geral (RGSG), por meio dos laboratórios de Análise Ambiental e de Hidrogeologia da UFSC, lança os mapas de Blocos Hidrogeológicos, Vulnerabilidade Natural e Risco à Contaminação das águas subterrâneas do Sistema Integrado Guarani/Serra Geral (SAIG/SG) em Santa Catarina. Acompanhados da nota técnica, os mapas são importantes instrumentos para a tomada de decisão de órgãos e instituições protagonistas na gestão de águas, como a Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDE, concessionárias de águas, a Epagri, os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, Prefeituras Municipais entre outros.
O projeto, que contou com o financiamento da Agência Nacional de Águas (ANA), através do CNPq e Caixa Econômica Federal e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC, apresenta os resultados de mais de dez anos de pesquisas e que buscaram diagnosticar como o maior e mais importante sistema aquífero de SC funciona e responde às pressões civilizatórias.
O Mapa de Blocos Hidrogeológicos apresenta a estruturação geológica espacial dos terrenos que abrigam o SAIG/SG, revelando que o sistema aquífero encontra-se compartimentado em porções menores. Como implicação desse resultado o estudo traz o diagnóstico de desconexão lateral e vertical das principais camadas e níveis que armazenam e conduzem águas subterrâneas, podendo inclusive serem estabelecidas zonas de limitado potencial de explotação de águas. A partir do modelo estrutural diagnosticado fica evidente que devemos, quanto antes, definir limites de exploração e estratégias conservacionistas de uso desse inestimável recurso natural.
O Mapa de Vulnerabilidade Natural traz a definição de regiões com menor e maior capacidade de reter as contaminações geradas em superfície por atividades humanas. O estabelecimento de classes de vulnerabilidade permite aos gestores das águas, terem maior clareza sobre quais áreas e aspectos do meio físico devem receber maior atenção no que tange ao licenciamento de atividades antrópicas.
Já o Mapa de Risco à Contaminação, revela de quais formas os usos da terra em superfície podem afetar a qualidade das águas subterrâneas, o que permite exigir melhor adequação das atividades humanas poluidoras exercidas em superfície ou que virão a ser implantadas.
Cada um dos mapas apresentados conta com uma legenda autoexplicativa e para todos há uma nota técnica, que traz os demais detalhes acerca das metodologias científicas utilizadas para a elaboração dos produtos gráficos. Além dos mapas, o estudo está disponibilizando também bases geoespaciais, que permitem a inserção das informações em aplicativos de gestão geográfica, facilitando o trabalho dos técnicos que utilizarão os dados e permitindo o seu detalhamento e permanente atualização. Recortes específicos contendo as áreas de abrangência dos comitês de bacias hidrográficas também estão disponíveis.
A nota técnica traz ainda um capítulo dedicado a Gestão integrada, integradora e inclusiva, colocando a necessidade da adoção de ações em escala local com a participação popular, capazes de atender as exigências de decentralização da gestão de águas, prevista na legislação brasileira.
Em cinco anos de desenvolvimento, o sub-projeto RGSG-M1C1 gerou sete trabalhos de conclusão de curso, uma dissertação de mestrado e quatro teses de doutorado, que vieram somar-se aos demais produtos do Projeto Rede Guarani/Serra Geral, beneficiando direta e indiretamente a comunidade catarinense.
Todas as informações, bem como os links de acesso à nota técnica e às bases cartográficas digitais estão disponíveis nas páginas dos laboratórios de Análise Ambiental e de Hidrogeologia da UFSC.
Texto: Arthur Nanni
Revisão: Luiz Fernando Scheibe